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Todo laboratório físico-químico exige diversas regras de segurança, afinal, em muitas das vezes, os produtos utilizados apresentam riscos à integridade física dos colaboradores, necessitando assim, de cuidados específicos no momento do manuseio.

Por isso, vamos te mostrar quais são essas medidas de segurança específicas que acontecem dentro dos laboratórios de química.

TREINAMENTO E CONHECIMENTO

Manipular produtos químicos não requer somente habilidades técnicas, mas também um profundo entendimento de todos os riscos físicos e químicos envolvidos. É essencial que os profissionais tenham capacitação adequada na área e estejam plenamente conscientes do que estão manipulando, pois qualquer descuido pode resultar em acidentes severos ao profissional e a terceiros.

Todos os profissionais da área de química devem possuir formação técnica ou universitária (a depender da função exercida), além do registro obrigatório no Conselho Regional de Química (CRQ)¹, entidade vinculada ao órgão federal (Conselho Federal de Química – CFQ), que regulamenta todas as atividades profissionais e promove a segurança e a ética na indústria química.

¹Em São Paulo, por exemplo, a responsabilidade fica a cargo do CRQ-4 (4ª Região). Endereço URL: https://www.crqsp.org.br.

BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

As Boas Práticas de Laboratório (BPL) são um conjunto de diversas normas que garantem maior segurança aos colaboradores, qualidade e a integridade de todas as informações coletadas e analisadas diariamente. Essas normas são importantes para que os procedimentos sejam realizados de forma otimizada.

É essencial que a leitura de todas as Fichas de Dados de Segurança (FDS, anteriormente denominada como FISPQ) seja feita antes da manipulação de todo e qualquer reagente químico, respeitando a segurança e legislação vigente. As Boas Práticas de Laboratório promove auditorias e treinamentos, avalia os possíveis riscos e busca pela documentação detalhada e sempre atualizada de cada procedimento.

Outro ponto importante, é que na FDS, recomenda-se que o profissional se atente a leitura, principalmente, das seções 1. Identificação do produto e da empresa, 2. Identificação de perigos, 6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento, 7. Manuseio e armazenamento e 8. Controle de exposição e proteção individual.

É de suma importância, a avaliação dos riscos que o Analista ficará exposto para o direcionamento de uso dos EPIs e EPCs mais adequados aos processos. Outra questão importante é atentar-se à compatibilidade dos materiais, por exemplo, não realizando misturas perigosas e incompatíveis (ácido forte com base forte, oxidante com inflamável, etc.) e realizar as reações de forma controlada em capela de exaustão.

Além de todas essas medidas mencionadas acimas, alguns testes periódicos são recomendados:

– Capela de exaustão: Capacidade de isolamento e exaustão do equipamento (processo adequado para exaurir todos os gases de seu interior)

– Chuveiro de emergência: Verificação periódica para constatar possível entupimento da tubulação o que prejudicaria a funcionalidade do chuveiro em situação de emergência.

– Água Deionizada: Recomenda-se realizar uma verificação diária da qualidade da água deionizada usada (parâmetros como pH, condutividade, cloreto e cloro livre são bons testes para verificar se o processo de purificação está ocorrendo de forma correta).

– Aferição de instrumentos: Verificação diária de instrumentos de medição. Balança analítica, principalmente, usando pesos-padrão calibrados.

– Calibração de eletrodos: Ajuste periódico dos valores de pH/mV do eletrodo de pH (diariamente ou sempre antes de realizar uma medição) e em outros eletrodos utilizados em potenciometria.

– Calibração instrumental: Realização de certificação/calibração dos equipamentos do laboratório através de uma empresa acreditada pelo Inmetro via RBC (ISO/IEC 17025:2017).

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

O uso de equipamentos de proteção abrange as BPL e é essencial para a segurança ocupacional dos profissionais que manuseiam produtos químicos em laboratório, pois eles têm como objetivo preservar a saúde dos colaboradores, os protegendo de quaisquer acidentes que possam vir a acontecer, como o vazamento de produtos. Existem dois tipos de equipamentos de proteção, de uso individual (EPI) e de uso coletivo (EPC)

Os EPIs mais comuns e recomendados em laboratórios físico-químicos são:

– Óculos de segurança

– Jaleco (avental)

– Luvas de diversos materiais (Luva nitrílica resistente a ataque químico)

– Máscara semi-facial e facial total* (com os filtros de agentes químicos**)

* A diferença de uso entre a semi-facial e facial total, é a toxicidade e/ou volatilidade do produto manipulado. Por exemplo, usa-se facial total quando é manipulado ácido clorídrico concentrado, hidróxido de amônio, formaldeído, etc. (em grandes quantidades).

** Filtros específicos dependendo do tipo de produto a ser manipulado (ácidos, orgânicos, amoníacos, etc.).

Os EPIs devem ser obrigatoriamente de uso exclusivamente único, ou seja, cada colaborador terá o seu. É altamente recomendável, o colaborador sempre efetuar testes de eficácia de proteção e sempre percebendo qualquer anomalia, o EPI deverá ser substituído imediatamente. Nenhum EPI deve ser reutilizado por outro colaborador e caso esteja com a proteção defasada o mesmo deve ser devidamente descartado.

Já os EPC’s, são aqueles equipamentos usados para a proteção de um grupo de pessoas, como por exemplo:

– Capela de exaustão de gases perigosos

– Extintores de incêndio

– Chuveiros de emergência

– Kit de primeiros socorros

– Sinalizadores de emergência

– Redes de proteção

– Detectores de fumaça. 

É imprescindível, o uso dos equipamentos de proteção por todos, mesmo aqueles que não estejam manipulando diretamente o produto. Comunicação é essencial, pois ela ajudará a mitigar situações perigosas, por exemplo, um analista está manipulando um material nocivo ou tóxico se inalado (este sabe dos riscos e está utilizando a máscara com o filtro apropriado, pois leu a FDS), os outros presentes no laboratório devem ser comunicados sobre os riscos e devem também estar munidos de máscara.

Outro destaque, é o uso do bom senso, a depender do ensaio a ser realizado, a manipulação deve ser feita em capela de exaustão (em bom estado e testado), com isso, não se faz necessário, o uso de máscara facial (que gera um pouco de incômodo ao usar devido seu tamanho), pois a capela já é o “anteparo” contra os vapores tóxicos.

O analista, mediante a leitura da FDS, deve avaliar com o auxílio de seu superior, o uso otimizado de EPIs, por exemplo, usar a máscara semi-facial ao invés facial total na manipulação do ácido acético glacial. O uso excessivo de EPIs não é recomendado, pois pode causar problemas e também acidentes.

CUIDADOS ANALÍTICOS BÁSICOS

Para se ter confiança nos resultados analíticos em um laboratório, alguns cuidados devem ser tomados:

– Validação: É recomendável a realização de análises validadas, de preferência com base em literaturas técnicas para aumentar a confiabilidade analítica. Caso não haja literatura técnica para uma análise em específico, é necessário seguir um “ritual metrológico” com várias etapas para mitigação de erros sistemáticos e aleatórios de resultados.

– Balança analítica: Uso adequado (cuidados na manipulação do instrumento que é delicado), posicionamento correto na bancada garantem a exibição de valores corretos e realização de limpeza periódica é altamente recomendável.

– Uso de padrões analíticos: Necessário para construção de curvas analíticas em equipamentos (GC, AAS, UV-Vis., pHmetro, etc.) para garantia de uma boa calibração instrumental e resultados confiáveis.

– Comparação com padrão: Ao realizar uma análise semi-quantitativa, por exemplo, você deve sempre realizar uma comparação com a análise realizada com um padrão certificado para garantia final do resultado.

– Registro de dados: Recomenda-se utilizar planilhas eletrônicas (Excel ou Google Sheets, por exemplo) para automatização de cálculos e armazenamento de dados analíticos.

– Inventário: Utilizando uma planilha eletrônica, recomenda-se registrar todo insumo utilizado pelo laboratório (vidrarias, reagentes, soluções, consumíveis, etc.) para gerenciamento do nível de estoque.

– Armazenamento: Determinados reagentes possuem riscos à segurança (corrosivo, inflamável, oxidante, etc.) e devem ser armazenados respeitando algumas regras de compatibilidade, ou seja, não armazenar juntos, produtos incompatíveis (como já relatado acima nas Boas Práticas de Laboratório).

– Backup de dados: Diversas informações sensíveis e importantes são geradas diariamente e alguns problemas podem ocorrer com o PC ou base de dados, com isso, recomendamos realizar diariamente, uma cópia de segurança desses dados em um HDD/SSD externo, servidor de dados ou na nuvem (OneDrive, Google Drive, Dropbox ou outro serviço de armazenamento de dados on-line).

A NEON é um grande exemplo de empresa química que utiliza todas essas práticas de segurança operacional e boas práticas diariamente, dessa forma os processos são seguros e eficientes, protegendo o analista e disponibilizando um produto de alta confiança para o mercado, isso porque, todas essas ações de proteção influenciam diretamente na qualidade final do produto.

Trabalhe com segurança! Trabalhe com os produtos Neon!

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